domingo, 30 de setembro de 2012

Um desejo feminino toma conta. É um capricho, um devaneio, quem sabe até uma coisa da minha cabeça que automaticamente se dicipa pelo meu corpo. Eu mato essa vontade e depois essa vontade mata quem me ajudou a matar. Complicado. É como se meu ex tivesse razão em me chamar de cleptomaníaca de corações. Eu simplesmente quero muito me apaixonar, gosto de dar carinho, mais até do que receber, e isso acaba sendo um terrível costume que na realidade me faz bem. Fazer as pessoas me amarem, gostarem, se impressionarem, e assim que consigo isso me apaga a ideia instantânea de amadurecer a relação.

Me desculpem. Matar momentos é comigo mesma.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Atraso

Tão perdida
quanto o ponteiro de um relógio atrasado
tão adiantado em estar errado
tão parado

Pacato na arte de estacionar
num tempo que nem existe no espaço
num espaço de tempo estacionado
eu corri atrás
do que antes mesmo atrás de mim corria

Ah o verão
foi tão quente no início
e tão frio no alto do precipício
que flutuou a tal canção

Falando do nosso fim
no ponteiro, um estopim
eu te liguei de novo
e eu juro, peço socorro
a gente não tava legal

Naquele clima de carnaval
eu deixei de ser amante
pra ser a eterna e deselegante
ex mulher de amor carnal

Que te liga de madrugada
achando que o amor é como uma piada
que mesmo sem ter graça
vai ser feliz no fim

Do que me adianta graça agora?
O ponteiro fez-se a hora
que mesmo adiantado por nós dois
te fez correr
e ir embora

Mas eu vou atrás de ti.