sexta-feira, 31 de maio de 2013

Tiete, assumida e contida.

está suave
como deve ser
numa batida 3 por 4
formando um compasso
presente mesmo quanto não se vê
hoje ou então quem sabe mês que vem
já colei cartaz
na minha cara que me entrega
fico zen
noção de como sou brega
mas sincera ao cantar
que microfones não vão te dizer
pra não ficar tão na cara
pra eu ser mais rara
no quesito de te encher de confetes
e saiba
que mesmo sabendo
que eu sei que tu sabe
que eu sou assumida porém contida
confesso:
sou sim sua tiete

domingo, 26 de maio de 2013

Brumas

o tempo é um disfarce
que me deixou à merce dos diálogos
das emoções que gritavam até o quarto
do teu corpo na cama
intacto
do nosso beijo sem química
recompensas em poemas
tu era o melhor
ainda é
e ainda me fazes chorar rindo
chorrir
florir tua imagem é secar
a chuva que cái dos olhos
afogar
mar de saudade
invade até às 3 da manhã
pra mais
pra vida inteira será
só saudade
ela irá
e voltará
pra vida inteira

Vito

a depressão cívica?
humanitária
de não acreditar
claro porra
sou artista
é foda mas é que é...
selvagens tal
não é depre isso
é cansaço
nao aceito o mundo
mas coexisto
elegantemente até

Bem me quer

mal me conheces
e bem já me queres
no despedaçar as pétalas
o ponteiro se desfaz
e ainda não me tens
porque eu sou difícil
e tu também
e se na dificuldade compartilhada
fossemos fáceis?
só pelo prazer de ser
por um instante nós
e depois a sós
lembraríamos da cama
e mesmo na fama
estaríamos longe
e perto
do bem que se quer
querer mais
ligeiro e esperto
seria você ao vir
bem que te quero
mal nunca te quis

Gente que gosta de gente

eu gosto de gente que gosta de gente
o gosto de gastar a vida só
é tão sem sal que me desgosto de repente
se não há uma só alma
se só há um caminho estreito para ir em frente
fica tudo nublado
até mesmo quando tem sol
a luz já não é mais quente
a sombra se tornou amiga
da minha solidão que se abriga
ao ver-te em tantas vertentes
da minha complicada vida
que insiste na ideia
de gostar de gente que gosta de gente

Depois

eu me visto às pressas
pensando na noite a devorar
meus segundos
anoitecendo sem pensar
no presságio do final
no gosto de álcool
o auge
o lógico
o tóxico
e o dia me cabe como luvas
sorrio enquanto há tempo
e ainda há?

sábado, 25 de maio de 2013

Leônidas

um leão reconhece o outro
não pelo cheiro
e sim pela juba
um felino sabe qual o jeito
de entreter e atacar
mesmo estando longe
sabe da sua jura
de devorar até o fim
de sangrar mesmo que atinja
com balas de festim
de festar com o coração
orando por um poder acima
de outros que virão
dizer que não há só um líder
e fazer com que o leo fique
para provar o contrário
e mesmo que ainda seja divino
o poder de controle
remoto e sem freio eu me sinto bem
pois não é necessário um diário
pra descrever que tu me tens
em mãos
em nota
em ritmo
em sinos
que tocam anunciando um momento notório
dizendo que sim:
eu aceito o casório

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Suponho

se na loucura desse mundo ser são é tão humano
que tipo de animal eu seria?
se desbravando os sete cantos
e chegando a aresta nenhuma
pra onde eu me esquivaria?
se de tanto o medo me tomar conta
eu tomasse mais vergonha só pra me avermelhar?
e se sem ser só
ainda assim sentisse sozinha?
pois suponho que diversão se cria
e verdade se doa
companhia se fortifica
e maldade vive à toa
mas se a noite invade e ainda assim
com luz eu brilharia?
significa que a áurea carrega em si na memória
de seu corpo e história
um tesouro escondido

terça-feira, 21 de maio de 2013

Ansiedade



ansiar é tornar o desejo em evidência
idade é o tempo que nos escorreu entre os dedos como areia
ansiedade é esperar que a idade passe nada sorrateira, como um furação
uma explosão de notícias, fatos, afagos perdidos e jornais sensacionalistas
estampo em meu próprio corpo os efeitos colaterais
ah, ansiedade...
é tensionar os dedos com aflição
e fumar 3 maços sem que lhe perceba o quando gastou
e ainda assim comprará bem mais
é glicose na veia
é um tique nervoso
é perder os nervos
é ficar furioso e sentir o bater do ponteiro mais lento
mesmo voando, como sempre, ligeiro
inventando o que me gera contento, displicente na conduta de simplesmente ser
humano, um lixo, um ano de crediário em qualquer lugar ridiculo
eu vou pagando, vou me virando, inventando qualquer plano
só pra sair do lugar
ansiar a idade é se deliciar na aquarela
que basta um toque de saliva pra escorrer e virar mar
que não basta uma vida inteira ansiando a saudade
se a ansiedade por si só já é saudar

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Vá mas volte

chega, pode entrar, fica a vontade
minha mente está aberta
meu psicho em alerta
pra inventar qualquer verdade

dance, grite, chore
pois a vida é toda nossa
e a vergonha de ser livre
é tão sublime como uma fratura exposta

muita gente ainda vai passar por aqui
e esse coração parece até rodoviária
cheio de atrasos e acasos
anúncios bregas e perda de memória


voe, viva,  vá mas volte
e quem sabe eu tenho a sorte de voar também
já que tá claro, e mesmo no asfalto, eu danço é no escuro
vou pousar em qualquer braço, que me envolva num abraço
sendo meu porto seguro

Acaso

nessa confusão de quem vai e quem fica
nessa fusão de fera feroz ou ferida
meu coração sente o outono entre as batidas
e quase que em silencio pede por calma
menos frio na espinha e mais calor na alma
ah se eu tivesse um aquecedor..

daqueles que descongela os acostumados
a serem tão antipáticos e banais
fingindo ser alguem que nao finge
que no fundo são todos iguais
ah se eu tivesse um apanhador..

de sonhos, ritmos e cores
eu juntaria todas os tons em uma sala de estar
serviria um drink à alegria
e brindaria ao acaso de pre destinar.